Deus é fiel e justo para com aqueles que o buscam!
Oração é a chave!
Daniel 10:1-21
01 NO terceiro ano de Ciro, rei da Pérsia, foi revelada uma palavra a Daniel, cujo nome era Beltessazar; a palavra era verdadeira e envolvia grande conflito; e ele entendeu esta palavra, e tinha entendimento da visão.
02 Naqueles dias eu, Daniel, estive triste por três semanas.
03 Alimento desejável não comi, nem carne nem vinho entraram na minha boca, nem me ungi com ungüento, até que se cumpriram as três semanas.
04 E no dia vinte e quatro do primeiro mês eu estava à borda do grande rio Hidequel;
05 E levantei os meus olhos, e olhei, e eis um homem vestido de linho, e os seus lombos cingidos com ouro fino de Ufaz;
06 E o seu corpo era como berilo, e o seu rosto parecia um relâmpago, e os seus olhos como tochas de fogo, e os seus braços e os seus pés brilhavam como bronze polido; e a voz das suas palavras era como a voz de uma multidão.
07 E só eu, Daniel, tive aquela visão. Os homens que estavam comigo não a viram; contudo caiu sobre eles um grande temor, e fugiram, escondendo-se.
08 Fiquei, pois, eu só, a contemplar esta grande visão, e não ficou força em mim; transmudou-se o meu semblante em corrupção, e não tive força alguma.
09 Contudo ouvi a voz das suas palavras; e, ouvindo o som das suas palavras, eu caí sobre o meu rosto num profundo sono, com o meu rosto em terra.
10 E eis que certa mão me tocou, e fez com que me movesse sobre os meus joelhos e sobre as palmas das minhas mãos.
11 E me disse: Daniel, homem muito amado, entende as palavras que vou te dizer, e levanta-te sobre os teus pés, porque a ti sou enviado. E, falando ele comigo esta palavra, levantei-me tremendo.
12 Então me disse: Não temas, Daniel, porque desde o primeiro dia em que aplicaste o teu coração a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, são ouvidas as tuas palavras; e eu vim por causa das tuas palavras.
13 Mas o príncipe do reino da Pérsia me resistiu vinte e um dias, e eis que Miguel, um dos primeiros príncipes, veio para ajudar-me, e eu fiquei ali com os reis da Pérsia.
14 Agora vim, para fazer-te entender o que há de acontecer ao teu povo nos derradeiros dias; porque a visão é ainda para muitos dias.
15 E, falando ele comigo estas palavras, abaixei o meu rosto para a terra, e emudeci.
16 E eis que alguém, semelhante aos filhos dos homens, tocou-me os lábios; então abri a minha boca, e falei, dizendo àquele que estava em pé diante de mim: SENHOR meu, por causa da visão sobrevieram-me dores, e não me ficou força alguma.
17 Como, pois, pode o servo do meu senhor falar com o meu senhor? Porque, quanto a mim, desde agora não resta força em mim, e nem fôlego ficou em mim.
18 E aquele, que tinha aparência de um homem, tocou-me outra vez, e fortaleceu-me.
19 E disse: Não temas, homem muito amado, paz seja contigo; anima-te, sim, anima-te. E, falando ele comigo, fiquei fortalecido, e disse: Fala, meu senhor, porque me fortaleceste.
20 E ele disse: Sabes por que eu vim a ti? Agora, pois, tornarei a pelejar contra o príncipe dos persas; e, saindo eu, eis que virá o príncipe da Grécia.
21 Mas eu te declararei o que está registrado na escritura da verdade; e ninguém há que me anime contra aqueles, senão Miguel, vosso príncipe.
Daniel é um dos maiores exemplos da oração que temos na Bíblia. Ele ora com seus amigos (Daniel 2:17-18) e os magos são poupados da morte.
17 Então Daniel foi para a sua casa, e fez saber o caso a Hananias, Misael e Azarias, seus companheiros;
18 Para que pedissem misericórdia ao Deus do céu, sobre este mistério, a fim de que Daniel e seus companheiros não perecessem, juntamente com o restante dos sábios de Babilônia.
Ele ora com as janelas abertas para Jerusalém e Deus o livra da cova dos leões (Daniel 6:10).
Daniel, pois, quando soube que o edito estava assinado, entrou em sua casa (ora havia no seu quarto janelas abertas do lado de Jerusalém), e três vezes no dia se punha de joelhos, e orava, e dava graças diante do seu Deus, como também antes costumava fazer. (Daniel 6:10).
Daniel orou, confessando o seu pecado e os pecados do povo, pedindo a restauração do cativeiro babilônico (Daniel 9:3-4).
03 E eu dirigi o meu rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração e súplicas, com jejum, e saco e cinza.
04 E orei ao SENHOR meu Deus, e confessei, e disse: Ah! Senhor! Deus grande e tremendo, que guardas a aliança e a misericórdia para com os que te amam e guardam os teus mandamentos;
Agora, Daniel está orando novamente em favor da sua nação (Daniel 10.1-3).
01 NO terceiro ano de Ciro, rei da Pérsia, foi revelada uma palavra a Daniel, cujo nome era Beltessazar; a palavra era verdadeira e envolvia grande conflito; e ele entendeu esta palavra, e tinha entendimento da visão.
02 Naqueles dias eu, Daniel, estive triste por três semanas.
03 Alimento desejável não comi, nem carne nem vinho entraram na minha boca, nem me ungi com ungüento, até que se cumpriram as três semanas.
Esse texto tem muitas lições importantes a nos ensinar sobre oração e jejum. Também nos fala dos reflexos que as orações da igreja produzem no céu. Este texto ainda nos ensina grandes lições sobre batalha espiritual.
Vejamos, algumas lições sobre as marcas de um intercessor amado no céu:
Em primeiro lugar – Um intercessor amado no céu é aquele que recebe o fardo do seu povo sobre os ombros. (Versículo 1-30)
1º Choro pelo povo (Versículo 2).
Este é o ano terceiro de Ciro. Daniel tem aproximadamente 84 anos. Já é um ancião. Ele orou, chorou e jejuou pela libertação do cativeiro. Agora o povo está em Jerusalém, mas está sob fogo cruzado.
A oposição dos samaritanos interrompeu a construção do templo. O povo voltou, mas a restauração plena ainda não aconteceu. Daniel, então, mesmo distante, aflige a sua alma e chora pelo povo.
Os fardos do povo de Deus precisam pesar em nosso coração. Jamais seremos verdadeiros intercessores a não ser que sintamos o peso das aflições do povo sobre nossos ombros.
2º Jejum e oração pelo povo (Versículos 3:12).
Daniel se abstém de alimentos. Ele deixa por 21 dias o convívio social e se recolhe para um tempo de quebrantamento, jejum e oração em favor da sua nação.
Muitos judeus preferiram ficar na Babilônia que voltar a Jerusalém. Gostaram da Babilônia. Ele, Daniel, não voltou por causa da sua idade e também porque na Babilônia podia influenciar mais profundamente os reis persas. Mas durante os 70 anos de cativeiro, mesmo ocupando altos cargos, nunca se esqueceu de Jerusalém. Diariamente orava pela cidade (Daniel 6.10).
Precisamos resgatar a importância do jejum na vida da igreja. Jejum é alimentar-se da essência e não apenas do símbolo. Jejum é fome de Deus, é saudade de Deus.
3º O motivo do jejum e da oração (Versículo 1).
Daniel está jejuando e orando por duas razões:
1º Muitos judeus se esqueceram de Jerusalém e mostravam pouco interesse em voltar do exílio;
2º Os poucos que voltaram enfrentavam dificuldades sem precedentes em sua tarefa de reconstruir o templo e a cidade.
Os samaritanos haviam apelado ao rei da Pérsia e a obra ficou paralisada. Parecia que os poucos que haviam retornado fizeram-no sem um verdadeiro motivo. Parecia que tudo foram em vão. Foi por esta razão que Daniel estava orando e jejuando.
Em segundo lugar: Um intercessor amadop no céu é aquele que recebe especial visitação do céu. (Versículo 4-12).
1º O esplendor do Anjo (Versículos 4-6).
Calvino, Osvaldo Litz, Ronald Wallace entendem que a descrição é mesmo de um anjo, sobretudo, porque no versículo 13, esse anjo é o Anjo Gabriel, resistido e precisa de reforço espiritual.
As descrições do anjo são magníficas:
a) Seus vestidos (Versículo 5).
b) Seu corpo (Versículo 6).
c) eu rosto (Versículo 6)
d) Seus olhos (Versículo 6)
e) Seus braços (Versículo 6)
f) Seus pés (Versículo 6)
g) Sua voz (Versículo 6)
2º A Reação de Daniel (Versículos 7-12)
a) Discernimento (Versículo 7).
Só Daniel conseguiu discernir a voz do anjo. Os outros ouviram, temeram e fugiram, mas só Daniel compreendeu. Foi assim também com Saulo de Tarso no caminho de Damasco (Atos 9:7; 22:9).
E os homens, que iam com ele, pararam espantados, ouvindo a voz, mas não vendo ninguém. (Atos 9:7)
E os que estavam comigo viram, em verdade, a luz, e se atemorizaram muito, mas não ouviram a voz daquele que falava comigo. (22:9)
Só aqueles que vivem na intimidade de Deus discernem a voz de Deus. Houve uma irresistível percepção do céu na terra. Ao fugirem os demais, Daniel ficou sozinho perante o Anjo do Senhor.
b) Quebrantamento (Versículo 8)
Quando Daniel ficou sozinho diante do ser celestial, seu corpo se enfraqueceu. Daniel cai prostrado diante do fulgor do Anjo. Diante da manifestação da glória de Deus, os homens se prostram e se humilham. A glória de Deus é demais para o frágil ser humano suportar.
c) Consolação (Versículo 12).
O Daniel que está prostrado ouve agora palavras doces e encorajadoras. Ouve que é amado no céu (Versículo 11). Ouve que suas orações foram ouvidas (v. 12). Ouve que o que é ligado na terra é ligado no céu.
Ouve que Deus aciona seus anjos para atender os seus filhos quando esses se colocam de joelho em oração. Por isso, Daniel não deve ter medo (Versículo 12).
Em terceiro lugar: Um intercessor amado no céu é aquele que recebe resposta às suas orações. (Versículo 12-13)
1º Resposta Imediata (Versículo 12)
Daniel aplicou o coração para compreender e para se humilhar diante de Deus. Temos nós feito isso? Hoje as pessoas que julgam compreender querem ser grandes. Daniel queria ter luz na mente e joelhos dobrados. Os teólogos deveriam ser os homens de coração mais quebrantado.
Daniel é informado que sua oração foi deferida logo que ele começou a orar. Deus tem pressa em responder àqueles que clamam a ele.
2º Resposta Mediada (Versículo 12).
Daniel não apenas respondeu a oração de Daniel, mas destacou um anjo para trazer a resposta a Daniel. Os céus se movem para atender a igreja. Os anjos são espíritos ministradores em favor dos que herdam a salvação (Hebreus 1.14).
3º Resposta Resistida (Versículo 13).
Deus levanta a cortina e mostra para Daniel que há dois andares no mundo: o físico/material e o espiritual. Muitas vezes só enxergamos as coisas no plano físico.
Mas sobre as nossas cabeças desenrola-se uma outra cena, no mundo invisível, espiritual, uma batalha espiritual. Há guerra espiritual entre os anjos de Deus e os anjos do mal. Quando a igreja ora, trava-se uma batalha nas regiões celestes.
Em quarto lugar: Um intercessor amado no céu é aquele que recebe discernimento dos propósitos de Deus na história. (Versículo 14)
1º Discernimento quanto ao tempo do fim (Versículo 14).
Daniel receberá uma longa revelação a respeito do futuro e contemplará o que há de acontecer ao povo de Deus (Versículo 14).
A visão se estenderá não apenas aos anos imediatamente posteriores; mas até ao fim do mundo. A revelação será detalhada em Daniel 11 e 12, um dos tempos mais extraordinários da Bíblia.
Essa revelação registra a história, escrita em considerável detalhe, antes mesmo dos eventos se realizarem.
2º Discernimento quanto à Batalha Espiritual (Versículos 13,20).
a) A Hostilidade (Versículos 13,20). O anjo fala com Daniel sobre a batalha travada nas regiões celestes. Há resistência espiritual às orações dos santos. Paulo diz que a nossa luta não é contra carne e sangue, mas contra principados, potestades, dominadores deste mundo tenebroso e forças espirituais do mal. Muitos acontecimentos na terra são reflexos dos acontecimentos no mundo dos espíritos.
b) O Ajudador (Versículo 21). Miguel é o arcanjo. O defensor do povo de Deus (Daniel 12:1).
E NAQUELE tempo se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta a favor dos filhos do teu povo, e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas naquele tempo livrar-se-á o teu povo, todo aquele que for achado escrito no livro. (Daniel 12:1).
Seu nome é citado cinco vezes na Bíblia (uma vez em Judas, uma vez em Apocalipse e três vezes em Daniel).
Em quinto lugar: Um intercessor amado no céu é aquele que recebe p toque especial do céu. (Versículos 10-19).
1º O toque para levantar-se (Versículos 10-14).
O Anjo do Gabriel toca em Daniel. Ele estava prostrado com o rosto em terra e enfraquecido. Deus o levanta através da sua voz e do seu toque. Mas o que pode levantar esse homem?
a) Saber que é amado no céu (Versículo 11).
b) Saber que os céus se movem em resposta às suas orações (Versículo 12).
c) Saber que o futuro está nas mãos de Deus (Versículo 14).
2º O toque para abrir a boca e falar (Versículos 16-17).
Daniel é tocado nos lábios como Isaías. Quando é tocado, ele sente dores (como de parto). Ele se sente fraco e desfalecido. Só aqueles que se quebrantam diante de Deus têm poder para falar diante dos homens.
Daniel está extasiado diante do fulgor da revelação do anjo que lhe toca (Versículo 17). Só pode falar com poder aos homens, aqueles que ficam em silêncio diante de Deus.
3º O toque para ser fortalecido (Versículos 18-21).
O Anjo de Deus toca a Daniel agora para o fortalecer. O Anjo lhe diz: Não tenha medo (Versículo 19). O Anjo reafirma que ele é amado no céu (Versículo 19). O Anjo ministra Paz àquele que está aturdido por causa do fulgor da revelação. Duplamente o anjo lhe encoraja: Sê forte! Sê forte!
CONCLUSÃO
Daniel capítulo 10 nos enseja algumas lições práticas:
a) Quem são os verdadeiros inimigos do trabalho de Deus?
1º O grupo dos desencorajados;
2º Os samaritanos que se opõem à obra;
3º Os reis persas que atendem aos samaritanos;
4º Sobretudo, os anjos caídos (Versículo 13,20). A nossa guerra principal não é contra o desânimo, nem contra os homens, mas contra os principados e potestades. Os homens não crêem porque o príncipe deste mundo cega o entendimento dos incrédulos (II Coríntios 4.4).
b) Quais são as armas apropriadas para o conflito em que estamos engajados?
Esse conflito exige que nos entreguemos à oração, ao jejum, ao pranto e ao quebrantamento.
Precisamos discernimento para entendermos a luta que se trava no mundo visível e também no invisível.
Como Daniel precisamos entender que há poder de Deus liberado através da oração.
Como Daniel precisamos continuar orando, mesmo que a resposta demore a chegar até nós, ainda que ela já tenha sido deferida no céu.
Autor: Pastor Mathias Acácio
Formado em Bacharel em Teologia